A tripanossomíase africana, também conhecida como doença do sono, é uma patologia que não tinha cura até o final do século passado, provocada por um protista denominado tripanossomos.
A morfologia desses seres apresenta um revestimento de proteína que quando em contato com o corpo, é considerado um antígeno provocando uma resposta imune. Mas a questão chave dessa doença é que através da recombinação genética, esse eucarioto unicelular pode alterar o conteúdo desse revestimento em uma proteína diferente da original e consequentemente não será mais reconhecido pelo sistema imune.
Um dos tratamentos para essa doença que pode levar o paciente a óbito, leva em conta o conhecimento sobre enzimas. É sabido que diversos fármacos utilizam do método de inibição enzimática para o seu sucesso, nesse caso não é diferente. Os tripanossomatídeos possuem algumas proteínas para a compactação do DNA, essas enzimas precisam estar em grandes quantidades para as células que estão realizando divisão celular. Essa síntese acontece primeiramente pela ação da enzima ornitina-descarboxilase, que para seu funcionamento, necessita da presença da coenzima piridoxal-fosfato. O ser humano também possui a enzima ornitina-descarboxilase, mas ao contrário da enzima encontrada no protista, as enzimas do homem são constantemente renovadas.
Estudos estão sendo desenvolvidos para utilizar um fármaco que inibe de maneira irreversível a ornitina-carboxilase, no ser humano os efeitos seriam mínimos pois essa enzima é sempre renovada, diferentemente dos efeitos no parasita, em que seria uma inibição suicida que causaria a inativação permanente da enzima.
Referência:
LEHNINGER, T. M., NELSON, D. L. & COX, M. M. Princípios de Bioquímica. 7ª Edição, 2014. Ed
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